DNIT faz levantamento de patrimônio cultural para restauração de trecho da BR 265/MG
Fonte e foto: Governo Federal
Na última semana, integrantes da Coordenação-Geral de Meio Ambiente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (CGMAB/DNIT), estiveram no Sudoeste de Minas para avaliar o risco desses impactos na obra a ser realizada na BR 265/MG. São seis segmentos descontínuos, incluindo um acesso – fica entre Alpinópolis e Jacuí. Trechos que juntos somam 9,5 quilômetros de extensão, entre os municípios de Alpinópolis, Bom Jesus da Penha e Jacuí. A avaliação dos efeitos da obra nos patrimônios é uma exigência do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que faz parte do processo de licenciamento da obra.
Para a emissão da licença, o Iphan elencou cinco pontos a serem avaliados na região: a tradição dos violeiros, das rodas de capoeira, da cavalhada, do congado e das quitandeiras. “Fomos ali ver toda atividade humana, econômica, social e cultural”, explica o sociólogo e mestre em Meio Ambiente, Sander Lara Renato Ferreira, integrante da equipe da CGMAB/DNIT. Todos esses elementos são interligados ao patrimônio arqueológico. “É uma região muito rica em tradições materiais e imateriais’, acrescenta Sander. Além do que foi pedido pelo Iphan, a equipe identificou mais oito manifestações culturais: a Folia de Reis, Terno de Moçambique, Rezadores de Almas, Companhia de Pastores, Festa do Reinado, Terço de São Gonçalo e as doceiras tracionais.
A BR 265/MG é uma rodovia com 916 quilômetros de extensão. A pista começa em Muriaé, na Zona da Mata Mineira e termina em São José do Rio Preto (SP). Trata-se de uma rota importante para o escoamento da produção agrícola e pecuária, principais atividades econômicas da região que terá o trecho a ser restaurado. “É um trecho pequeno, mas de grande importância para os moradores da região. A atual condição da pista gera um dano socioeconômico, afinal, as pessoas precisam se deslocar para trabalhar, ir à cidade”, destaca Sander. “Tem a questão do consumo, educação e saúde, interligar e manter vivas as tradições da região”, destaca Sander. O próximo passo, agora, será a elaboração do relatório da avaliação, a ser entregue ao Iphan até o fim do mês.
Execução – A ordem de início dos trabalhos na BR 265/MG foi assinada pelo DNIT no mês passado, após autorização pelo Ministério dos Transportes. Ao todo serão investidos cerca de R$ 70 milhões. Os trabalhos estão divididos em dois trechos. O primeiro com 7,8 quilômetros de extensão com cinco segmentos, ligando as cidades de Alpinópolis, Bom Jesus da Penha e Jacuí. O outro trecho de 1,57 quilômetro fará a conexão da BR-265/MG e Alpinópolis, com a implantação do acesso ao município.
Patrimônio Cultural – Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições tanto materiais quanto imateriais, que são reconhecidos de acordo com sua ancestralidade, importância histórica e cultural de uma região. A pesquisa feita pela CGMAB/DNIT tem o propósito de viabilizar a instalação, ampliação e melhoria da via. O objetivo é assegurar a preservação do patrimônio cultural. A região, é rica em manifestações folclóricas, como a Festa do Reinado, que acontece em Alpinópolis há 194 anos.